terça-feira, 28 de abril de 2009

SUBVERSIVA

A poesiaQuando chega
Não respeita nada.
Nem pai nem mãe.

Quando ela chega
De qualquer de seus abismos
Desconhece o Estado e a Sociedade Civil

Infringe o Código de Águas
Relincha Como puta Nova
Em frente ao Palácio da Alvorada.

E só depoisReconsidera: beija
Nos olhos os que ganham mal
Embala no colo

Os que têm sede de felicidade
E de justiça.
E promete incendiar o país.

Ferreira Gullar

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